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sábado, 2 de agosto de 2014

O poder corrompe?

Me parece que é de Lorde John Acton (historiador inglês do século XIX) a frase "o poder tende a corromper; o poder absoluto corrompe de maneira absoluta". E essa frase sempre deu margem a interpretações diversas. Parece, à primeira vista nos levar a crer que somos corrompidos à medida que alcançamos o poder. Mas, confesso que tenho dificuldades em aceitar isso. 

Não sou Rousseauniano para acreditar numa suposta "natureza bondosa" do homem e sua corrupção pelas instituições. Também não sou um Hobbesiano para acreditar que o homem possui uma natureza essencialmente "má". Minhas leituras de Freud, por exemplo, me dificultam enxergar esse homem naturalmente "bondoso" ou "mau". O que vejo é um homem cindido, dividido, que traz em si elementos de generosidade e de puro egoísmo. 

O "poder", então, me parece, só corrompe àqueles que permitem-se corromper. Não somos "invadidos" pela corrupção, somos apenas "lembrados" por ela que podemos ser corruptos se assim o quisermos. Por isso tenho dificuldades em culpar o "poder" pela corrupção. Ela é muito mais própria do "homem" em sua natureza. Não à toa, sempre acreditei muito mais em legislações, em regras, em transparência, em mecanismos de controle, do que na suposta "ação bondosa" de políticos. Não quero ser refém da crença no "bom homem", "liderança excepcional", "salvador da pátria", prefiro ter uma situação institucional que limite e controle essa tendência do homem em abusar do poder. É muito mais democrático e não nos deixa ficar esperando pela "bondade" de políticos!


(José Henrique P. e Silva)