
Essa esperança de elevar-se ao "infinito" de que nos fala Baudelaire sempre me faz lembrar de Freud nos falando algo acerca do "sentimento oceânico", aquele sentimento que, supostamente, guardamos como a lembrança de uma satisfação que experimentamos em algum momento de nossa constituição, e que passamos a vida à buscá-la novamente. Sentimento que nos leva, em vários momentos, à buscar uma transcendência como a uma religação com Deus, por exemplo, no sentido de nos sentirmos um pouco mais amparados.
(José Henrique P. e Silva)
Eu não sei ao certo se o que sinto é o sentimento oceânico refutado por Freud. Vou tentar descrever.
ResponderExcluirQuando me concentro na observação das coisas que me cercam parece que eu não estou separado literalmente delas. Eu estou mais do que mergulhado num mesmo caldo que elas. Nós somos o caldo.
Eu tenho medo desse sentimento e por isso evito me concentrar no que parece real para mim mas não para os outros. Já descrevi isso para algumas pessoas que me chamaram de psicótico. Eu vejo o mundo como uma ilusão, um sonho. Isso me deixa frustrado e eu tenho tentado durante a vida ficar sempre longe das pessoas para que elas não percebam que eu sou elas. Justamente por sentir não haver separação eu acho sensato fingir que sou distante e inatingível. Tenho fama de ser indiferente.