Mostrando postagens com marcador Psiquiatria. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Psiquiatria. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A questão do TDAH e o perigoso abuso da Ritalina

Em nota divulgada a seus associados a ABRASME (Associação Brasileira de Saúde Mental) comentou a recente portaria da Sec. Mun. de Saúde de SP que regulamenta o uso do metilfenidato para os diagnosticados com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade). A decisão da Secretaria foi vista como oportuna devido o uso abusivo da RITALINA (o mais comum) aqui no Brasil, ao contrário de alguns países onde o controle é restrito e o remédio é classificado como "narcótico", com severa capacidade de provocar dependência e "incapacitação" na vida adulta. A forma como é diagnóstica a TDAH e o abuso de receitas de Ritalina já beira mesmo a irresponsabilidade com crianças de faixa etária cada vez mais nova. É preciso pensar sobre essa questão do TDAH com cuidado e com uma visão que extrapole a simples medicalização, francamente estimulada por propagandas da indústria farmacêutica. 

Como diz a nota, não é incomum se ouvir por aí que "o esquecimento infantil e as baixas notas escolares são transtornos mentais e resultantes de desequilíbrio químico no cérebro, e que portanto deve-se consultar um clínico especializado". Isso é um absurdo! Não dá para generalizar essas situações!!! E olha que estamos falando somente do TDAH, e se fôssemos falar de depressão, transtorno bipolar e outras patologias? É preciso por um freio nesse comércio de drogas que envolvem a saúde mental. Remédio é bom, mas com uso responsável!!!

(José Henrique P. e Silva)

"Ahhh...isso é psicológico!"

Geralmente se ouve isso (bastante por sinal) como uma forma de menosprezo a um sentimento ou dor expressada por alguém. O que há por trás disso? Uma noção de que o sofrimento só é possível e legítimo se vier acompanhado de um sintoma que caracterize uma "doença". Não! O sofrimento também é (principalmente) ...psíquico!!! 

(Adaptado da fala de C. Dunker - agora no Café Filosófico)

terça-feira, 17 de junho de 2014

O "amável" termo "bipolar"!

Não há dúvida alguma que o termo "transtorno bipolar" ganhou popularidade. Foi por volta de 1993 que a psicóloga e psiquiatra Kay Jaminson, da Universidade J. Hopkins, quem forneceu uma das primeiras definições do termo. Mas ela não "inventou" a patologia. Muito antes disso, a terminologia utilizada era "PSICOSE MANÍACO-DEPRESSIVA". A própria Kay Jaminson concorda, entretanto, que o termo "bipolar" não substitui com vantagens o termo anterior, embora, para muitos, seja um termo mais "amável" justamente porque não leva a pessoa a pensar em "psicose". Pode-se dizer que a psiquiatria fez o que tinha que fazer para simplificar e tentar dar "forma" a uma patologia que não permite isso. 

Mas o objetivo foi alcançado: o termo se tornou popular, medicamentos são vendidos de forma absurda e se gera uma quantidade incrível de diagnósticos de "bipolaridade" mundo afora. É preciso ter cautela com essa medicação excessiva!!! A psicose maníaco-depressiva é uma das patologias mas carregadas de angústia (que mais leva ao suicídio), com fortes períodos de mania e de depressão, alternando-se, e não pode ser tratada como se forma um mero "transtorno de bom ou mau humor diário". Pense dez vezes antes de acreditar que possui um "transtorno bipolar"!!! E pense cem vezes antes de se medicar, pois não se trata de um diagnóstico dos mais fáceis!!!