Essa questão levantada pela Maria Rita Kehl é interessante e pode ser aplicada a várias situações: Numa época que vende-se como nunca a felicidade e somos cada vez mais depressivos; fala-se tanto em ética e a corrupção alcança proporções inimagináveis; defende-se a paz e a violência extremada se banaliza em todos os cantos; difunde-se a vida saudável e a obesidade e outras doenças se tornam avassaladoras... Enfim, como entender isto? Pra que lado devemos olhar para entender o que está acontecendo, para a publicidade que nos vende a felicidade, ou para nosso mundo psíquico e nos depararmos com nossos limites? Não à toa essa sensação de vazio e inadequação que tantas pessoas sentem hoje em dia!!!
Um olhar da Psicanálise e da Psicologia Social sobre a Cultura e o Mal-Estar
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sexta-feira, 4 de julho de 2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
O que marca é eterno!
"Na convivência, o tempo não importa. Se for um minuto, uma hora, uma vida. O que importa é o que ficou deste minuto, desta hora, desta vida. Lembra que o que importa é tudo que semeares, colherás. Por isso, marca a tua passagem. Deixa algo de ti, do teu minuto, da tua hora, do teu dia, da tua vida". (Mário Quintana)

Acho isto fantástico porque nos perdemos muito diante da busca do que é eterno e esquecemos que aquilo que será sempre eterno é o que conseguirmos deixar nossas "marcas" e que, simultaneamente, nos deixa "marcas"... marcas que irão compor nosso rol de lembranças e saudades...!
(José Henrique P. e Silva)
quarta-feira, 18 de junho de 2014
Sobre o "entorpecimento" e o tempo cíclico
O "entorpecimento" é uma das características que o indivíduo assume em alguns estágios da depressividade ou num momento de tristeza mais acentuada. Implica num certo desligamento em relação à realidade, numa ida em direção a um lugar carente de relações com os outros e com os objetos. Um lugar onde estas relações perderam grande parte do interesse, e pouca libido é destinada para esse fim. Há uma quase "esterilidade", algo muito pouco útil do ponto de vista das relações sociais.
Não é a "morte", mas uma "queda" em relação àquele tempo "linear" que hoje, por exemplo, na pós-modernidade, está bem claro na forte exigência de sermos felizes a todo instante. É esse tempo linear (onde somos permanentemente "felizes") que dá lugar a um tempo "cíclico" (onde a "tristeza" se faz presente com legitimidade), que implica uma ruptura, uma queda, uma depressividade. Não é a morte, nem é um abismo que nos suga, indefinidamente. É uma queda, normal e comum a todo ciclo que, pode se esgotar e revelar uma "transição", um "renascimento".
Ficar triste, sentir-se sozinho, não encontrar paz mesmo no contato com outras pessoas queridas, parecem ser sentimentos que ganham relevância para muitas pessoas em determinados momentos. As vezes, só precisamos mesmo sair do tempo linear e não nos obrigarmos a fazer aquilo que não podemos. Talvez estejam exigindo que sejamos mais felizes do que podemos agora, nesse momento. Se percebermos isso e não nos obrigarmos a tudo poderemos enxergar que pode ser só um momento, uma transição, uma pequena queda. E aí, percebendo isto, podemos até continuar um pouco tristes, mas não abriremos mão de dar uma chance para o próximo dia amanhecer. Ele trará novas possibilidades!
Este entorpecimento de que falo não é quele que permeia toda a "típica" depressão, com duração longa e profundidade acentuada, como no exemplo do que acometeu o personagem do álbum The Wall (Pink Floyd), onde o tema do "entorpecimento" percorre todas as músicas. Mas, insisto, não se trata de um diagnóstico fácil pois cada vez mais as depressões estão "sorrateiras" e as tristeza cada vez mais "profundas"...como se estivessem se "normalizando" e evitando as grandes "quedas"!!!

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