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segunda-feira, 23 de junho de 2014

Explosões!



Existem explosões cujo som é tão estrondoso que somos capazes de jurar que aconteceu algo no interior mesmo de nossa cabeça. Explosões cujos destroços são tão vastos que se imagina logo pedaços do próprio corpo se espalhando, numa fragmentação total.

Mas, passados alguns instantes, abrimos os olhos lentamente e percebemos que ainda temos um corpo, conseguimos raciocinar, dar novos passos, levantar um pouco mais a cabeça e notar que o que explodiu mesmo foi aquele muro que tínhamos construído, dia após dia, ao longo de tantos anos.

Não é fácil levantar e sair dali, existem destroços por todo lado, a poeira toma conta do ambiente dificultando uma boa visão, as pernas ainda cambaleiam e batem em obstáculos pelo caminho, mas estamos um pouco mais determinados a caminhar, seguir em frente, e experimentar aquilo que antes só habitava nossos pensamentos e, pior, nossos sonhos.

Nada é certo, nada é tão seguro mas, dotados desta nova vontade de caminhar, assumimos uma nova certeza: aconteça o que acontecer... estaremos vivos!

(José Henrique P. e Silva)

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Um olhar que deixa tudo um pouco mais nítido!

O vídeo abaixo é da música "Perfect Sense" (Roger Waters) que nos fala de um olhar sobre nossa vida a partir de outra perspectiva. Um olhar que vem lá de cima, do espaço. Um olhar que traz uma grande possibilidade de enxergar as coisas por aqui, com maior clareza. A música traz inúmeras referências à nossa incapacidade de enxergar as coisas simples e de nos apegarmos ao preconceito, ao ódio e à ignorância. A música também faz referências diretas ao filme "2001 - Uma Odisséia no Espaço" (Stanley Kubrick). Acho mesmo que, se pudéssemos olhar lá de cima, por um instante sequer, tudo pareceria... perfeitamente claro. Aqui, de baixo, por outro lado, estando muito próximos de tudo o que nos rodeia, nossa visão parece ficar obscurecida por nossos preconceitos. É um grande desafio a superar. Enfim, bela banda, bela música, belo filme...!!!


A Lua e o "Mar dos Desejos"

Símbolo de um profundo romantismo, a Lua também possui outros significados, entre os quais o de algo "obscuro", "desconhecido", que ao mesmo tempo atemoriza e fascina. Quando o Pink Floyd deu o nome de "Dark Side of the Moon" a seu álbum lançado em 1973, deu ainda mais destaque a este "lado escuro" da Lua. Um lado que, contrastando com sua face iluminada e sempre visível, pouco desperta o interessa dos mais românticos. Mas, é interessante que, devido aos seus movimentos e aos da Terra, esse "lado escuro" permaneça sempre invisível aos nossos olhos, embora saibamos que ele está lá, sempre representando a face desconhecida e praticamente inalcançável da Lua. É este "lado escuro" que também me fascina, pois está clara sua associação com o "inconsciente", aquele nosso "lado escuro", desconhecido, que também nos atemoriza e nos fascina. Não é à toa, talvez, que um dos mares localizados neste "lado escuro" da Lua foi denominado pelos cientistas de "mar dos desejos". Ora, nada mais apropriado que situar o mar dos desejos no lado escuro, afinal, nossos desejos mais profundos não estão em nosso inconsciente?

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Sobre o "entorpecimento" e o tempo cíclico

O "entorpecimento" é uma das características que o indivíduo assume em alguns estágios da depressividade ou num momento de tristeza mais acentuada. Implica num certo desligamento em relação à realidade, numa ida em direção a um lugar carente de relações com os outros e com os objetos. Um lugar onde estas relações perderam grande parte do interesse, e pouca libido é destinada para esse fim. Há uma quase "esterilidade", algo muito pouco útil do ponto de vista das relações sociais. 


Não é a "morte", mas uma "queda" em relação àquele tempo "linear" que hoje, por exemplo, na pós-modernidade, está bem claro na forte exigência de sermos felizes a todo instante. É esse tempo linear (onde somos permanentemente "felizes") que dá lugar a um tempo "cíclico" (onde a "tristeza" se faz presente com legitimidade), que implica uma ruptura, uma queda, uma depressividade. Não é a morte, nem é um abismo que nos suga, indefinidamente. É uma queda, normal e comum a todo ciclo que, pode se esgotar e revelar uma "transição", um "renascimento". 

Ficar triste, sentir-se sozinho, não encontrar paz mesmo no contato com outras pessoas queridas, parecem ser sentimentos que ganham relevância para muitas pessoas em determinados momentos. As vezes, só precisamos mesmo sair do tempo linear e não nos obrigarmos a fazer aquilo que não podemos. Talvez estejam exigindo que sejamos mais felizes do que podemos agora, nesse momento. Se percebermos isso e não nos obrigarmos a tudo poderemos enxergar que pode ser só um momento, uma transição, uma pequena queda. E aí, percebendo isto, podemos até continuar um pouco tristes, mas não abriremos mão de dar uma chance para o próximo dia amanhecer. Ele trará novas possibilidades! 

Este entorpecimento de que falo não é quele que permeia toda a "típica" depressão, com duração longa e profundidade acentuada, como no exemplo do que acometeu o personagem do álbum The Wall (Pink Floyd), onde o tema do "entorpecimento" percorre todas as músicas. Mas, insisto, não se trata de um diagnóstico fácil pois cada vez mais as depressões estão "sorrateiras" e as tristeza cada vez mais "profundas"...como se estivessem se "normalizando" e evitando as grandes "quedas"!!!


Foto: SOBRE O "ENTORPECIMENTO" E O TEMPO CÍCLICO

O "entorpecimento" é uma das características que o indivíduo assume em alguns estágios da depressividade. Mas, o que significa "entorpecimento"? De imediato, implica num certo desligamento em relação à realidade, numa ida em direção a um lugar carente de relações com os outros e com os objetos. Um lugar onde estas relações perderam grande parte do interesse, e pouca libido é destinada para esse fim. Há uma quase "esterilidade", algo muito pouco útil do ponto de vista das relações sociais. Não é a "morte", mas uma "queda" em relação àquele tempo "linear" que hoje, por exemplo, na pós-modernidade, está bem claro na forte exigência de sermos felizes a todo instante. É esse tempo linear que dá lugar a um tempo "cíclico", que implica uma ruptura, uma queda, uma depressividade. Mas, se não é a morte, também não é o "abismo", aquele que nos suga, indefinidamente. É uma queda, normal e comum a todo círculo, a todo ciclo que, ao se esgotar, revela uma permanente "transição", um permanente "renascimento". 

Ficar triste, sentir-se sozinho, não encontrar paz mesmo no contato com outras pessoas queridas, parecem ser sentimentos que ganham relevância para muitas pessoas em determinados momentos. As vezes, só precisamos mesmo sair do tempo linear e não nos obrigarmos a fazer aquilo que não podemos. Talvez estejam exigindo que sejamos mais felizes do que podemos agora, nesse momento. Se percebermos isso e não nos obrigarmos a tudo poderemos enxergar que pode ser só um momento, uma transição, uma pequena queda. E aí, percebendo isto, podemos até continuar um pouco tristes, mas não abriremos mão de dar uma chance para o próximo dia amanhecer. Ele trará novas possibilidades!!!

A imagem abaixo é uma referência direta ao álbum The Wall (Pink Floyd) onde o tema do "entorpecimento" percorre todas as músicas.

(José Henrique P. e Silva)