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domingo, 27 de julho de 2014

O tão difícil amadurecimento!

"...Por ser mais ansiosa que as outras ou porque não conseguiu ter um apego suficientemente seguro para poder retirar dele a autoconfiança necessária, a criança as vezes tem dificuldade de transpor as etapas da conquista da autonomia (...) busca então prolongar uma "colagem" arcaica, mostrando uma tendência à regressão que traduz sua dificuldade - recusa até - de crescer..." (Marcel Rufo, psicanalista francês - "Me larga! Separar-se para crescer").
Esta citação do Rufo traz um tema de vital importância pois diz respeito àquela necessária autoconfiança que a criança adquire no afeto recebido e que é decisiva para sua integridade emocional. Caso este processo apresente falhas substanciais o adolescente ou adulto poderá apresentar tendências à regressão no sentido de buscar sempre esse afeto não recebido. Na sua depressão, por exemplo, estará sempre em busca daquela satisfação que um dia perdeu e não soube mais viver sem...estamos falando de maturidade, de crescimento emocional, de algo que exige uma constituição psíquica minimamente saudável, do contrário, seremos sempre como crianças em busca do aconchego de um colo materno...metaforicamente é claro...mas as vezes bem real!!!

(José Henrique P. e Silva)

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O "cuidar compulsivo" no tratamento a doentes terminais


Um estado patológico "interessante" é aquele que surge em algumas pessoas que, quando estão "cuidando" intensivamente de uma pessoa muito doente, praticamente, "desejam" a sua morte. Trata-se, evidentemente, de um desejo inconsciente. É diferente daquelas situações onde, de forma consciente, sabemos que o fim da pessoa está próximo e acabamos torcendo para que sua morte venha como um "alívio" para ela mesmo. Mas, nesses casos patológicos de que falei, o comportamento é diferente. Há relatos do tipo: "tenho muito medo que aconteça algo e ele(a) morra". E, com base nesse "medo obsessivo" a pessoa acaba desenvolvendo um "cuidar compulsivo". É aí que pode surgir a patologia mostrando que essa vontade excessiva de "cuidar" pode ser uma reação àquele "desejo oposto" de que a pessoa, enfim, morra. Mas, por que, então, "cuidar" tanto? O cuidar em excesso, nesses casos, viria como resposta ao sentimento inconsciente de culpa gerado pelo desejo de morte. "Estar perto" do doente é necessário para justamente evitar ideias obsessivas que podem revelar o desejo de fazer algum mal. Bem, mas isso é só uma hipótese, que pode ser aplicada em casos específicos que acontecem de vez em quando e que, como profissionais, precisamos estar atentos!!!