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sábado, 9 de agosto de 2014

Pulsão de morte!

Foto: Nesta frase de Freud um ponto muito interessante. Desde o seu início, a psicanálise sempre viu no "amor" uma força central e quase exclusiva no ser humano. Foi com o tempo, muitos anos depois, que Freud começou a enxergar que o impulso pela "morte" pode ser tão forte quanto. Pulsão de vida e pulsão de morte seriam aquelas duas grandes forças que nos movimentam. Alguma dúvida sobre a "pulsão de morte"? Basta pensar naquela força que nos rebaixa quando em um estado depressivo, ou aquela ausência de vitalidade, por exemplo, em um estado melancólico. É uma força poderosa. Não pode ser desmerecida!!!

(José Henrique P. e Silva)
Nesta frase de Freud um ponto muito interessante. Desde o seu início, a psicanálise sempre viu no "amor" uma força central e quase exclusiva no ser humano. Foi com o tempo, muitos anos depois, que Freud começou a enxergar que o impulso pela "morte" pode ser tão forte quanto. Pulsão de vida e pulsão de morte seriam aquelas duas grandes forças que nos movimentam. Alguma dúvida sobre a "pulsão de morte"? Basta pensar naquela força que nos rebaixa quando em um estado depressivo, ou aquela ausência de vitalidade, por exemplo, em um estado melancólico. É uma força poderosa. Não pode ser desmerecida!!!

(José Henrique P. e Silva)

O necessário rigor na prática clínica psi

Tenho visto muitas "aventuras" envolvendo a psicanálise por aí. Parece que ela tem sido vendida como uma espécie de "segunda profissão" para as horas vagas. Nao é assim! Não vai funcionar dessa forma! Não dá para brincar de ser psicanalista em um consultório. Claro que você pode dividí-la com outras afazeres da área, mas é preciso muito cuidado para manter certos rigores. Claro que você pode fazer uma formação em psicanálise para aperfeiçoar tua visão do mundo e ampliar a forma de ler a realidade. Mas, o manejo da técnica num consultório não é tão simples como muitos pensam e o processo que envolve fala e escuta está cheio de pormenores que exigem rigor metodológico e conceitual.

Nem por isso, entretanto, trata-se de uma profissão que tem boa aceitação. Aquilo que Freud dizia ainda está valendo: a psicanálise é, a todo tempo, atacada. Mas, apesar de tudo, me orgulho da forma como nossa atuação é "regulada". Muitos profissionais já ouviram falar do tal "tripé" necessário para nossa atuação clínica, mas nem todos, infelizmente, o levam tão a sério. E esse recado tem que ser dado principalmente aos mais novos. 

Do que estou falando? De que para tornar-se um profissional da psicanálise, especialmente, você precisa, além de uma formação teórica ampla (curso superior + formação específica de 3 ou 4 anos em psicanálise), precisa manter-se em ATUALIZAÇÃO CONSTANTE com a teoria e a técnica (seminários, cursos de formação etc.), precisa manter-se em ANÁLISE PESSOAL (como avançar com o paciente se não avançamos em nossas próprias questões?) e precisa manter-se com SUPERVISÃO CLÍNICA (como suportar os atendimentos sem o apoio de um olhar diferente que vem de um outro profissional?). 

É nesta "rede" que nos situamos. Não há como escapar dela. Sentimos falta de cada uma das pontas deste tripé em nosso dia a dia na clínica! O alerta que sempre faço aos colegas do campo psi é o de que, em nossa área de atuação, não existem "manuais" ou "modelos" a seguir como se fossem "receitas de bolo" onde abrimos a página para fazer um diagnóstico e receitar algo. Ou nos abrimos para um diálogo constante com a novidade ou perderemos toda a vitalidade e energia nos nossos atendimentos, e só estaremos fazendo o "mais do mesmo"! É o preço que pagamos por nossa escolha!!!

(José Henrique P. e Silva)

quinta-feira, 31 de julho de 2014

"Não somos donos de nossa própria casa" (Freud)

Outro dia a psicóloga e filósofa Viviane Mosé trouxe em sua página do Facebook uma interessante reflexão ao lembrar que "...o pensamento é muito mais amplo do que temos consciência. Podemos pensar sem palavras, em fluxos tão rápidos, que não conseguimos traduzir em signos de comunicação..."

Para enfatizar a ideia, trouxe uma citação de Nietzsche: "...o ser humano, como toda criatura viva, pensa continuamente, mas não o sabe; o pensar que se torna consciente é apenas a parte menor, a mais superficial, a pior, digamos...".

Isso me leva a pensar de imediato em Freud quando nos diz que "não somos donos de nossa própria casa", ou seja, possuímos pulsões que escapam a qualquer controle e acesso à consciência - Estamos falando, então, de nosso "inconsciente", que tanto é objeto da Psicanálise. 

Dessa forma, nossos pensamentos e comportamentos, somente em parte são regidos pela "razão", daí talvez tantas "angústias sem nome", e de onde não sabemos exatamente a origem da dor, daquela falta. Mas, ela está ali, nos pressionando, nos paralisando, ditando nossos passos para muito além de nossa capacidade de controle, raciocínio e entendimento. 

Somos sujeitos "divididos", mas não necessariamente, ou exclusivamente, em mente e corpo. Antes mesmo disso, nossa mente está dividida em uma parte "consciente" que conhecemos e outra "inconsciente", que também nos define, mas que pouco ou nada dela sabemos. É por isso que, como nos diz Freud, de minha casa (mente) só sou dono somente de um pequeno cômodo (razão).

A imagem anexada é só para efeito didático, mas mostra bem essa divisão a que estamos sujeitos!

(José Henrique P. e Silva)

domingo, 27 de julho de 2014

O inconsciente é o "alvo" da Psicanálise!

Foto: Trata-se de uma daquelas frases de Freud que diz muito mais do que se percebe à primeira vista. Nos fala não só do inconsciente, mas do recalque e da pulsão, pilares da teoria psicanalítica. Ou seja, falar em psicanálise é trazer a questão do inconsciente para primeiro plano. Porém, apesar de ter sido dita a quase 100 anos, esta frase ainda permanece obscura para muitos que não percebem que entre a "doença" manifestada no sintoma e os "conteúdos psíquicos" (emocionais) que todos apresentamos, existe o inconsciente determinando boa parte de nossa vida (ações e pensamentos). É aquilo que muitas ciências não conseguem enxergar ou mesmo admitir. É para ele, especialmente, que a psicanálise dirige seu olhar e seus esforços!!!

(José Henrique P. e Silva)
Trata-se de uma daquelas frases de Freud que diz muito mais do que se percebe à primeira vista. Nos fala não só do inconsciente, mas do recalque e da pulsão, pilares da teoria psicanalítica. Ou seja, falar em psicanálise é trazer a questão do inconsciente para primeiro plano. Porém, apesar de ter sido dita a quase 100 anos, esta frase ainda permanece obscura para muitos que não percebem que entre a "doença" manifestada no sintoma e os "conteúdos psíquicos" (emocionais) que todos apresentamos, existe o inconsciente determinando boa parte de nossa vida (ações e pensamentos). É aquilo que muitas ciências não conseguem enxergar ou mesmo admitir. É para ele, especialmente, que a psicanálise dirige seu olhar e seus esforços!!!

(José Henrique P. e Silva)

Fim de análise e separação!

Foto: FIM DA ANÁLISE E SEPARAÇÃO

É claro que o processo de análise tem um fim. Mas isso nem sempre tem a ver com "cura" (podemos conversar depois sobre isso). Há um término em algum momento, e o analista precisa saber lidar com essa separação. Alguns vêem a separação como um "fracasso", outros insistem em impedir a separação e embarcam numa questão delicada que é a de tentar criar uma "dependência" no analisando. Não podemos deixar de ter em mente que estamos ali para auxiliar numa travessia e na volta dessa travessia estaremos sozinhos de novo, e pior, na travessia, não podemos ficarmos sentados no meio da ponte. Quem geralmente está no meio da ponte é o analisando...se ficarmos lá com ele por muito tempo aí sim, estaremos fracassando e cultivando uma dependência mortífera para ambos!!!

(José Henrique P. e Silva)
É claro que o processo de análise tem um fim. Mas isso nem sempre tem a ver com "cura" (podemos conversar depois sobre isso). Há um término em algum momento, e o analista precisa saber lidar com essa separação. Alguns vêem a separação como um "fracasso", outros insistem em impedir a separação e embarcam numa questão delicada que é a de tentar criar uma "dependência" no analisando. Não podemos deixar de ter em mente que estamos ali para auxiliar numa travessia e na volta dessa travessia estaremos sozinhos de novo, e pior, na travessia, não podemos ficarmos sentados no meio da ponte. Quem geralmente está no meio da ponte é o analisando...se ficarmos lá com ele por muito tempo aí sim, estaremos fracassando e cultivando uma dependência mortífera para ambos!!!

(José Henrique P. e Silva)

sábado, 26 de julho de 2014

Psicanálise é Psicoterapia?


Taí um tema para uma boa discussão. Psicanálise é psicoterapia?Para o público geral é praticamente impossível fazer diferença. E mesmo dentro da psicanálise essa distinção não é simples e muitos profissionais nem dão bola para tal debate. Mas é bom se tentar algo e, para isso tem um trabalho da Radmila Zygouris (Psicanálise e Psicoterapia, 2011, Ed. Via Lettera). Em um de seus primeiros parágrafos, ela diz:

... a psicoterapia se satisfaz em diminuir o sofrimento, enquanto a psicanálise visa uma modificação que vai além da supressão dos sintomas, podendo, inclusive, aceitar sua persistência (p. 5).

Ou seja, enquanto a psicoterapia visa a supressão do sintoma (sua "cura"), a psicanálise é muito mais um "mecanismo" que funciona "podendo" levar a essa "cura". Se a psicoterapia tem um compromisso maior com o SINTOMA, o compromisso da psicanálise é mais com o INDIVÍDUO. Mas, essa demarcação é bem nítida mesmo? Ora, na própria psicanálise as demandas estão cada vez mais caracterizadas pela busca de espaços para "FALAR" e não necessariamente fazer "ANÁLISE". Dá para recusar estas demandas por "falar"? Ora, vez por outra uma demanda dessas por "falar" acaba se transformando em uma dinâmica analítica. Mas, isso significa que a psicanálise tem que aceitar todas as demandas? Não! E, como recusar? É preciso se saber bem o que estamos tratando com a psicanálise! Nosso método e nossa técnica ainda está guiado pela "transferência". Se for para ela não ocorrer, o que estaremos fazendo ali com o paciente? Análise certamente não será! Enfim, bom tema para se debater entre os profissionais!!!

(José Henrique P. e Silva)

O jogo da seriedade que esconde a loucura!

"...O palhaço não sou eu, mas sim esta sociedade monstruosamente cínica e tão ingenuamente inconsciente que joga o jogo da seriedade para melhor esconder a loucura..." 

(Salvador Dali)


Opa...grande frase do mestre so surrealismo (Salvador Dali)...que tanto bebeu da fonte da psicanálise!!!

O consultório como laboratório para a Psicanálise

A Psicanálise foi construída, em grande parte, a partir das experiências de Freud com os seus próprios pacientes. Era ali, em seu consultório, em meio às sessões que teorias foram criadas, reforçadas ou abandonadas. Um exemplo está narrado no documentário "A Invenção da Psicanálise" (1997), trecho em que fica claro o "nascimento" do divã e da maior atenção à "palavra". O trecho é narrado, em parte, por E. Roudinesco:

“...Quando Freud abriu seu consultório particular tratava essencialmente mulheres da burguesia vienense sofrendo de neuroses: doença dos nervos, neurastenia, histeria. Foi em 1889 que uma paciente, Fanny Mozer, ordenou que Freud se afastasse dela e não se mexesse. 

- Não fale comigo, não me toque. Escute-me, disse ela

- Abandonei a hipnose e mantive a posição deitada do paciente em uma cama atrás da qual eu ficava sentado, de modo a vê-la sem ser visto por ela, nos contou Freud tempos depois. 

Ele inventou o divã. Se retirou (para outra posição) para que a palavra se tornasse o ato terapêutico EM SI. Não haveria mais nada. Nem magnetismo, nem hipnose ou olhares. Só a palavra.

(José Henrique P. e Silva)

Psicanálise e Biofarmacologia

Qualquer um sabe que entre a psicanálise e a biofarmacologia existem encontros e desencontros. E é natural que seja assim, pois embora tratem do indivíduo elas o enxegam de ângulos distintos. Enquanto a Biofarmacologia, evidentemente, valoriza o sintoma, o corpo, o orgânico, o cérebro, o bioquímico, a Psicanálise enfatiza o PSÍQUICO e sua capacidade de afetar nossos pensamentos, ações e nosso corpo. Nunca vi motivos para uma rixa tão grande assim entre as duas disciplinas, pois a biofarmacologia, assim como a psicanálise, tem seu campo de atuação, suas conquistas. O porém que a Psicanálise coloca é quando a biofarmacologia tira do sujeito (através da medicação excessiva) aquilo que lhe é constituidor da identidade: A FALA. 

Dopar, manter em estado de torpor, pode ser um recurso útil em momentos de crise aguda onde a existência do sujeito está em risco, mas fazer disso uma prática de "cura" é só alcançar um mínimo "controle" que inviabiliza qualquer possibilidade de buscar alguma funcionalidade naquele sujeito. Mas, esta é uma discussão difícil. A sociedade e a mídia estão muito próximas da ideia de uma "cura" que venha exclusivamente através da medicação. Além disso, numa comparação simplista, o valor do tratamento inicial com fármacos antidepressivos, por exemplo, parece inferior ao da análise, embora esta, no médio e longo prazos apresente menor reincidência da depressão e efeitos mais duradouros, além de dotar o indivíduo de capacidade de enfrentamento à depressão. É um longo debate, e nenhuma solução virá como regra geral para todos. Até porque nem todos se adaptam às medicações e nem todos se adaptam à análise. O importante é manter o debate e oferecer ao indivíduo a possibilidade de escolher o que quer e o que pode fazer de si mesmo!!!

(José Henrique P. e Silva)

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O movimento para a mudança!

Foto

Isso tem o cheiro de uma "regrinha" da qual não podemos escapar...todo movimento no sentido de uma libertação, de uma transformação, de uma emancipação, vai exigir que nos deparemos com aquilo que nos aprisiona e nos dá algum sentido até aquele momento! Por isso, as vezes, ou quase sempre, a análise é um processo de olhar a si mesmo com a disposição de mudar!!!

(José Henrique P. e Silva)

Tratamento psicanalítico não é "teoria aplicada"!

Em dez/2010, na revista Cult, a psicanalista Maria Rita Kehl, em entrevista, nos falou de seu gosto pela polêmica, sua fobia em seguir dogmas e, poder pensar sem tantas amarras acadêmicas. Um exemplo disso está em sua recusa em escrever "lacanês". Pessoalmente acho isso, acima de tudo, um respeito ao pensamento e ao leitor. Mas, é uma questão de estilo e respeito quem pensa o contrário. Na entrevista ela falou sobre a clínica psicanalítica em seu dia a dia e nos lembrou, de forma bem acertada, que mesmo com toda a teoria na cabeça do psicanalista cada paciente novo é um novo começo, do zero. Afinal, A PSICANÁLISE OPERA ENTRE A FALA DO PACIENTE E A ESCUTA DO PSICANALISTA. Daí a necessária humildade, pois NÃO SE TRATA DE "TEORIA APLICADA". O profissional que almejar isto, certamente vai encontrar dificuldades em obter êxito nos tratamentos. Por isso, a fantasia do paciente em esperar por 
"conselhos" afunda!!!

José Henrique P. e Silva

Não há tédio na clínica psicanalítica!


Em entrevista em dez/2010 (Revista Cult), a psicanalista Maria Rita Kehl nos lembra também da "potência política" que o tratamento analítico possui. Isso decorre do fato de que o final de uma análise vai sempr no sentido de um COMPROMISSO DO SUJEITO COM SEU DESEJO. Ora, isto é cômico e trágico, ao mesmo tempo. Trágico pela constatação da premanente presença da "falta", e cômica porque quando o sujeito se depara com a fantasia que sempre sustentou sua neurose passa a se ver diante de algo que lhe parece, agora, muito simples, e percebe o quanto foi um "escravo voluntário" das pretensões de seu superego, por exemplo. É nesse sentido que não há tédio na clínica psicanalítica. Há, sim, sempre um processo de descoberta. Esse par analítico (paciente e analista) é rico em possibilidades e descobertas. esta é a grande potência política da psicanálise: o COMPROOMISSO DO SUJEITO COM SEU DESEJO!!!

(José Henrique P. e Silva)

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Caminhando no pântano!

Costumo imaginar que nossos pacientes quando chegam à clínica sentem-se como se estivessem caminhando num pântano. Talvez seja por isto que não há um dia que não tenha que conversar um pouco sobre a necessidade e as vantagens de se encarar de frente os riscos que a vida nos proporciona, e é inevitável, vez por outra, vir aquele desejo de como seria bom um pouco de controle sobre o futuro e as decisões que ele nos obriga a tomar. Mas, pura ilusão! Existem momentos mesmo onde tudo é pântano!!! Disso não se consegue escapar! Porém, vale se questionar: como se caminha em um pântano? Trocando o calçado, caminhando mais lentamente, desviando um pouco o olhar do futuro e olhando mais aqui pertinho, e ficando muito atento aos desequilíbrios que podem nos fazer cair pelo caminho. Precisamos saber fazer isso! É um dos nossos grandes desafios, e na maioria das vezes temos habilidades e recursos psíquicos para isso, só ainda não sabemos mesmo descobri-los utilizá-los! Essa é uma das possibilidades que a análise pode trazer como benefício!!!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A Psicanálise e seu olhar sobre o mundo

Luis Horstein (psicanalista argentino) nos lembra sempre que a psicanálise é uma forma de encarar o mundo, assim como outras disciplinas científicas. E, como nos permite "encarar" o mundo, é natural que nos alarme diante do que vemos por aí. Mas, nos alarmamos diante do que? Dessa expansão sem freios dos transtornos psíquicos!!!