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sábado, 9 de agosto de 2014

A razão e nossas pulsões!

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Essa talvez seja uma das frases de Freud mais difíceis de entender. Parece tudo muito simples, mas precisa ser lida em seu contexto mais amplo. Temos a "razão" sim e de lá retiramos nossa inteligência e capacidade de "domar" nossas pulsões e desejos...mas é uma "capacidade", não há ai um determinismo. O que há é uma luta constante entre a pulsão que deseja sua satisfação e nossos limites colocados pela razão e pela necessária vida em sociedade. Não é a razão que nos torna humanos, nem os desejos são o que nos torna humanos...acho que é esta "luta constante" que nos torna humanos!!!

(José Henrique P. e Silva)

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Neurose Obsessiva x TOC

Para muitos é estranho ouvir o termo "Neurose Obsessiva" já que se encontra muito difundido o termo "TOC" que, por sinal, acabou caindo no gosto popular. Admito que o termo TOC tem um conteúdo menos "pesado" que "Neurose Obsessiva" (termo mais utilizado pela psicanálise). Mas não se trata somente de uma escolha entre os dois termos. Tem algo mais aí!


Quando se fala em "TOC" o indivíduo tem a impressão de não estar falando de si, mas de uma doença cerebral com a qual parece não ter nada a ver e que precisa tratá-la com remédios. Mas, não é bem assim! No TOC, ou melhor, na Neurose Obsessiva, o sujeito está implicado até a alma (força da expressão!). Há um sofrimento de ordem "psíquica" (e não meramente "cerebral") e que remete ao inconsciente do sujeito. Pois é, não dá pra escapar dessa e cair na pílula simplesmente! Tem que trabalhar um pouco a si mesmo! Insisto que é muito importante DIFERENCIAR "psíquico" de "cerebral".

Quando nascemos estamos marcados por uma situação de desamparo, que o afeto materno vai tentar suprir. Mas, existem desencontros e, inegavelmente, nossa constituição está marcada por "falhas" ou "faltas". Mas é assim que nos formamos como sujeitos, com nossas necessidades e nossas buscas por satisfação. E a principal necessidade talvez seja a de que sejamos amados. Este é um exemplo de "desejo" (talvez o principal) que vai alimentando nosso inconsciente e nossa constituição psíquica. Como essa satisfação nunca é completa (castração) cada um de nós inventa o que se chama de "ficção" para sobrevivermos sem esta satisfação plena.

Por isso buscamos sempre o outro, na esperança de que atenda ao nosso pedido de amor (necessidade). A Neurose Obsessiva será uma destas "ficções" que criamos para ir sobrevivendo com os dramas causados por nossas "faltas". Portanto, "TOC" é um temo legal e de bom apelo popular, mas precisamos saber mesmo o que ele nos quer dizer, para não ficarmos acreditando que se trata somente de uma questão "cerebral" que pode ser "corrigida" com um "remédio"...é preciso um esforço maior!

(José Henrique P.e Silva)

domingo, 27 de julho de 2014

A esperança que é movimento!

Pois é... tantas vezes "reduzida" à uma fantasia ou a um sonho a "esperança" acaba perdendo aquela sua força que nos impulsiona, nos faz movimentar. Manter a esperança, não é fantasiar... é pensar e manter em vista um desejo, é nos manter ativos e com astúcia suficiente para transformar a vida em algo incrível!!!

(José Henrique P. e Silva)

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sábado, 5 de julho de 2014

Um pouco sobre o recalque e a castração!

Foto: UM POUCO SOBRE O RECALQUE (não o da Valeska Popozuda!)

Recalque, Repressão, Castração, de forma geral, podem ser vistos como sinônimos na psicanálise e dizem respeito àquele processo psíquico que coloca um limite em nossa tentativa de uma plena satisfação, um gozo sem limites. É um processo que nos instaura definitivamente a "realidade" (com seus limites) e nos "divide" como sujeitos, abrindo espaço, muitas vezes, para as neuroses, já que boa parte de nossos desejos vão habitar o inconsciente. É a repressão, o recalque, a castração, enfim, que nos permite falar claramente que, além de um sujeito "racional" e "consciente" somos um outro sujeito, "inconsciente", e que vem à tona quebrando o paradigma de nossa pretensa "racionalidade". Freud chamava a isto de uma fortíssima "ferida narcísica", pois colocava nossa crença na razão, de joelhos. São nossos desejos (proibidos), portanto, que são "recalcados" e que, vez por outra, apesar de bem "escondidos" por nossas neuroses, se manifestam em sonhos, atos falhos e em outros sintomas, inclusive no corpo. Não estamos falando de "invejinhas", portanto. O buraco é mais embaixo!!!

(José Henrique P. e Silva)
Recalque, Repressão, Castração, de forma geral, podem ser vistos como sinônimos na psicanálise e dizem respeito àquele processo psíquico que coloca um limite em nossa tentativa de uma plena satisfação, um gozo sem limites. É um processo que nos instaura definitivamente a "realidade" (com seus limites) e nos "divide" como sujeitos, abrindo espaço, muitas vezes, para as neuroses, já que boa parte de nossos desejos vão habitar o inconsciente. É a repressão, o recalque, a castração, enfim, que nos permite falar claramente que, além de um sujeito "racional" e "consciente" somos um outro sujeito, "inconsciente", e que vem à tona quebrando o paradigma de nossa pretensa "racionalidade". Freud chamava a isto de uma fortíssima "ferida narcísica", pois colocava nossa crença na razão, de joelhos. São nossos desejos (proibidos), portanto, que são "recalcados" e que, vez por outra, apesar de bem "escondidos" por nossas neuroses, se manifestam em sonhos, atos falhos e em outros sintomas, inclusive no corpo. Não estamos falando de "invejinhas", portanto. O buraco é mais embaixo!!!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Não há tédio na clínica psicanalítica!


Em entrevista em dez/2010 (Revista Cult), a psicanalista Maria Rita Kehl nos lembra também da "potência política" que o tratamento analítico possui. Isso decorre do fato de que o final de uma análise vai sempr no sentido de um COMPROMISSO DO SUJEITO COM SEU DESEJO. Ora, isto é cômico e trágico, ao mesmo tempo. Trágico pela constatação da premanente presença da "falta", e cômica porque quando o sujeito se depara com a fantasia que sempre sustentou sua neurose passa a se ver diante de algo que lhe parece, agora, muito simples, e percebe o quanto foi um "escravo voluntário" das pretensões de seu superego, por exemplo. É nesse sentido que não há tédio na clínica psicanalítica. Há, sim, sempre um processo de descoberta. Esse par analítico (paciente e analista) é rico em possibilidades e descobertas. esta é a grande potência política da psicanálise: o COMPROOMISSO DO SUJEITO COM SEU DESEJO!!!

(José Henrique P. e Silva)

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A Lua e o "Mar dos Desejos"

Símbolo de um profundo romantismo, a Lua também possui outros significados, entre os quais o de algo "obscuro", "desconhecido", que ao mesmo tempo atemoriza e fascina. Quando o Pink Floyd deu o nome de "Dark Side of the Moon" a seu álbum lançado em 1973, deu ainda mais destaque a este "lado escuro" da Lua. Um lado que, contrastando com sua face iluminada e sempre visível, pouco desperta o interessa dos mais românticos. Mas, é interessante que, devido aos seus movimentos e aos da Terra, esse "lado escuro" permaneça sempre invisível aos nossos olhos, embora saibamos que ele está lá, sempre representando a face desconhecida e praticamente inalcançável da Lua. É este "lado escuro" que também me fascina, pois está clara sua associação com o "inconsciente", aquele nosso "lado escuro", desconhecido, que também nos atemoriza e nos fascina. Não é à toa, talvez, que um dos mares localizados neste "lado escuro" da Lua foi denominado pelos cientistas de "mar dos desejos". Ora, nada mais apropriado que situar o mar dos desejos no lado escuro, afinal, nossos desejos mais profundos não estão em nosso inconsciente?

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O "cuidar compulsivo" no tratamento a doentes terminais


Um estado patológico "interessante" é aquele que surge em algumas pessoas que, quando estão "cuidando" intensivamente de uma pessoa muito doente, praticamente, "desejam" a sua morte. Trata-se, evidentemente, de um desejo inconsciente. É diferente daquelas situações onde, de forma consciente, sabemos que o fim da pessoa está próximo e acabamos torcendo para que sua morte venha como um "alívio" para ela mesmo. Mas, nesses casos patológicos de que falei, o comportamento é diferente. Há relatos do tipo: "tenho muito medo que aconteça algo e ele(a) morra". E, com base nesse "medo obsessivo" a pessoa acaba desenvolvendo um "cuidar compulsivo". É aí que pode surgir a patologia mostrando que essa vontade excessiva de "cuidar" pode ser uma reação àquele "desejo oposto" de que a pessoa, enfim, morra. Mas, por que, então, "cuidar" tanto? O cuidar em excesso, nesses casos, viria como resposta ao sentimento inconsciente de culpa gerado pelo desejo de morte. "Estar perto" do doente é necessário para justamente evitar ideias obsessivas que podem revelar o desejo de fazer algum mal. Bem, mas isso é só uma hipótese, que pode ser aplicada em casos específicos que acontecem de vez em quando e que, como profissionais, precisamos estar atentos!!!