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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Neurose Obsessiva x TOC

Para muitos é estranho ouvir o termo "Neurose Obsessiva" já que se encontra muito difundido o termo "TOC" que, por sinal, acabou caindo no gosto popular. Admito que o termo TOC tem um conteúdo menos "pesado" que "Neurose Obsessiva" (termo mais utilizado pela psicanálise). Mas não se trata somente de uma escolha entre os dois termos. Tem algo mais aí!


Quando se fala em "TOC" o indivíduo tem a impressão de não estar falando de si, mas de uma doença cerebral com a qual parece não ter nada a ver e que precisa tratá-la com remédios. Mas, não é bem assim! No TOC, ou melhor, na Neurose Obsessiva, o sujeito está implicado até a alma (força da expressão!). Há um sofrimento de ordem "psíquica" (e não meramente "cerebral") e que remete ao inconsciente do sujeito. Pois é, não dá pra escapar dessa e cair na pílula simplesmente! Tem que trabalhar um pouco a si mesmo! Insisto que é muito importante DIFERENCIAR "psíquico" de "cerebral".

Quando nascemos estamos marcados por uma situação de desamparo, que o afeto materno vai tentar suprir. Mas, existem desencontros e, inegavelmente, nossa constituição está marcada por "falhas" ou "faltas". Mas é assim que nos formamos como sujeitos, com nossas necessidades e nossas buscas por satisfação. E a principal necessidade talvez seja a de que sejamos amados. Este é um exemplo de "desejo" (talvez o principal) que vai alimentando nosso inconsciente e nossa constituição psíquica. Como essa satisfação nunca é completa (castração) cada um de nós inventa o que se chama de "ficção" para sobrevivermos sem esta satisfação plena.

Por isso buscamos sempre o outro, na esperança de que atenda ao nosso pedido de amor (necessidade). A Neurose Obsessiva será uma destas "ficções" que criamos para ir sobrevivendo com os dramas causados por nossas "faltas". Portanto, "TOC" é um temo legal e de bom apelo popular, mas precisamos saber mesmo o que ele nos quer dizer, para não ficarmos acreditando que se trata somente de uma questão "cerebral" que pode ser "corrigida" com um "remédio"...é preciso um esforço maior!

(José Henrique P.e Silva)