Mostrando postagens com marcador Filme. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Filme. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 29 de julho de 2014

O horror de perder-se em si mesmo!

"Nosso maior horror ainda é perceber o "vazio" em nós mesmos, aquilo que não podemos nominar...!"

Rascunhei esta frase para chamar a atenção para o fato de que, muitas vezes, recusamos mesmo conversar sobre nossos sofrimentos e o negamos a todo custo. Por trás dessa postura prepotente de nossa parte existe sim um quadro de receio e medo de lidar com algo que nos é desconhecido. Vejo isso a todo instante na rua e nos atendimentos. Pior ainda quando "ataca" profissionais de nossa área (mas disso comento depois). Lembro de filmes como “Fim dos Tempos” (M. Night Shyamalan, 2008) que, com suas cenas absurdas (no sentido de inexplicáveis) de pessoas se atirando do teto de edifícios, nos colocam diante deste horror que, eu resumiria dizendo que é o nosso próprio... enlouquecimento!!! Aliás, enlouquecimento que é perder-se em si mesmo!!!

(José Henrique P. e Silva)

domingo, 27 de julho de 2014

Um instante...o amor!

Foto: Vindos de histórias de vida amargas, Dodge e Penny conheceram-se ha poucos dias, experimentam momentos tensos e divertidos e agora, instantes antes do fim do mundo, se encontram. Se abraçam, deitam lado a lado, com as mãos dadas e olhares voltados um para o outro. Enquanto aguardam o momento final travam o seguinte diálogo (do filme "Procura-se um amigo para o fim do mundo").

 - Eu não quero dormir, tudo bem? Não me deixe dormir, prometa, diz Penny.
- Eu prometo. E seus pais?
- Eles são românticos e entenderão. Além disso eles têm um ao outro. Eu só quero ficar com você.
- E eu com você.
- Eu não poderia viver sem você. Não importa por quanto tempo. O que fazemos agora?
- Só quero ficar deitado com você. Só quero conversar com você.
- Sobre o que quer conversar?
- Onde você cresceu?

(ela conta um pouco de sua história, e enquanto o barulho de explosões na cidade começa a acontecer ele continua a lhe acariciar os cabelos e  lhe fazer perguntas sobre sua vida, sem tirar os olhos dela)

- Queria ter conhecido você há muito tempo, quando éramos crianças, diz Penny.
- Não poderia acontecer de outro jeito. Tinha que ser agora.
- Mas não temos tempo suficiente
- Nunca teríamos tido
- Estou com medo
- Eu estou loucamente apaixonado por você Penny. Você é a minha coisa preferida em todo o mundo
- Achei que, de alguma forma, salvaríamos um ao outro
- Nós salvamos Penny, e estou muito feliz por ter conhecido você.

(ela chora... e sorri)

Quem disse, então, que alguns instantes de pleno amor não são suficientes para uma vida inteira ter valido a pena? São estes momentos que adquirem uma capacidade de ordenação de tudo o que aconteceu em nossa vida, nos oferecendo um sentido e nos trazendo uma serenidade nunca conquistada. Não acham? Não é isto que, no fundo, buscamos?


Vindos de histórias de vida amargas, Dodge e Penny conheceram-se ha poucos dias, experimentam momentos tensos e divertidos e agora, instantes antes do fim do mundo, se encontram. Se abraçam, deitam lado a lado, com as mãos dadas e olhares voltados um para o outro. Enquanto aguardam o momento final travam o seguinte diálogo (do filme "Procura-se um amigo para o fim do mundo").

- Eu não quero dormir, tudo bem? Não me deixe dormir, prometa, diz Penny.
- Eu prometo. E seus pais?
- Eles são românticos e entenderão. Além disso eles têm um ao outro. Eu só quero ficar com você.
- E eu com você.
- Eu não poderia viver sem você. Não importa por quanto tempo. O que fazemos agora?
- Só quero ficar deitado com você. Só quero conversar com você.
- Sobre o que quer conversar?
- Onde você cresceu?

(ela conta um pouco de sua história, e enquanto o barulho de explosões na cidade começa a acontecer ele continua a lhe acariciar os cabelos e lhe fazer perguntas sobre sua vida, sem tirar os olhos dela)

- Queria ter conhecido você há muito tempo, quando éramos crianças, diz Penny.
- Não poderia acontecer de outro jeito. Tinha que ser agora.
- Mas não temos tempo suficiente
- Nunca teríamos tido
- Estou com medo
- Eu estou loucamente apaixonado por você Penny. Você é a minha coisa preferida em todo o mundo
- Achei que, de alguma forma, salvaríamos um ao outro
- Nós salvamos Penny, e estou muito feliz por ter conhecido você.

(ela chora... e sorri)

Quem disse, então, que alguns instantes de pleno amor não são suficientes para uma vida inteira ter valido a pena? São estes momentos que adquirem uma capacidade de ordenação de tudo o que aconteceu em nossa vida, nos oferecendo um sentido e nos trazendo uma serenidade nunca conquistada. Não acham? Não é isto que, no fundo, buscamos?

(José Henrique P. e Silva)

sábado, 26 de julho de 2014

O vazio traduzido na compulsão pelo dinheiro e o poder!

A ânsia de dinheiro por parte de Kane, ao longo de sua vida, só foi proporcional ao tamanho de seu vazio e amargura!!!
Foto: A ânsia de dinheiro por parte de Kane, ao longo de sua vida, só foi proporcional ao tamanho de seu vazio e amargura!!!

A impossibilidade de amar!

O filme trata de uma daquelas situações onde a pessoa se coloca na "impossibilidade" de amar, se fechando em uma armadura, forte e resistente, para proteger-se de si mesmo!!! Mas, há uma saída!!!

Foto: O filme trata de uma daquelas situações onde a pessoa se coloca na "impossibilidade" de amar, se fechando em uma armadura, forte e resistente, para proteger-se de si mesmo!!! Mas, há uma saída!!!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O cotidiano também traz oportunidades!

Foto: Dado o extremo apego a "comédias românticas" e certa resistência em encarar filmes "arrastados" e com diálogos longos, definitivamente, NEBRASKA (2013) não é um filme para grandes públicos. Mas, se você tiver um pouco de paciência e gostar mesmo de acompanhar os personagens buscando identificações nos pequenos gestos e expressões, pode gostar. O filme trata de um cotidiano horrível e maravilhosamente comum. Horrível porque nosso cotidiano pode ser entediante a ponto de nos tornarmos amargos, silenciosos e fáceis vítimas de uma FANTASIA que alimente algum tipo de esperança em nossa vida. Mas, maravilhoso porque é neste cotidiano simples e arrastado que nossas relações são construídas e podemos nos sentir parte de algo. É neste cotidiano, mesmo arrastado e amargurado, que temos sempre a chance de pequenas descobertas acerca dos que estão ao nosso redor e de nós mesmos. Lembranças, pequenas revelações, como que pequenas peças de um quebra-cabeças, vão surgindo e dando forma, fazendo sentido, ao que parecia desconexo. É assim que, uma pequena viagem, de poucos dias, pode possibilitar diálogos e descobertas que toda uma vida tinha esquecido ou transformado em amargura. Nada é garantia de certeza ou felicidade, mas... de alguma esperança! No final das contas, mesmo sem percebermos já estamos pertencendo a algo... a uma família, por exemplo. E não estamos tão sozinhos assim! E aí é o momento em que tantas fantasias devem dar lugar de volta à realidade, dura e fria, mas repleta de possibilidades e reencontros com os que amamos. Não perdemos nada com esses pequenos esforços... só ganhamos! Nos livramos de fantasias que nos paralisavam! 

(José Henrique P. e Silva)

Dado o extremo apego a "comédias românticas" e certa resistência em encarar filmes "arrastados" e com diálogos longos, definitivamente, NEBRASKA (2013) não é um filme para grandes públicos. Mas, se você tiver um pouco de paciência e gostar mesmo de acompanhar os personagens buscando identificações nos pequenos gestos e expressões, pode gostar. O filme trata de um cotidiano horrível e maravilhosamente comum. Horrível porque nosso cotidiano pode ser entediante a ponto de nos tornarmos amargos, silenciosos e fáceis vítimas de uma FANTASIA que alimente algum tipo de esperança em nossa vida. Mas, maravilhoso porque é neste cotidiano simples e arrastado que nossas relações são construídas e podemos nos sentir parte de algo. É neste cotidiano, mesmo arrastado e amargurado, que temos sempre a chance de pequenas descobertas acerca dos que estão ao nosso redor e de nós mesmos. Lembranças, pequenas revelações, como que pequenas peças de um quebra-cabeças, vão surgindo e dando forma, fazendo sentido, ao que parecia desconexo. É assim que, uma pequena viagem, de poucos dias, pode possibilitar diálogos e descobertas que toda uma vida tinha esquecido ou transformado em amargura. Nada é garantia de certeza ou felicidade, mas... de alguma esperança! No final das contas, mesmo sem percebermos já estamos pertencendo a algo... a uma família, por exemplo. E não estamos tão sozinhos assim! E aí é o momento em que tantas fantasias devem dar lugar de volta à realidade, dura e fria, mas repleta de possibilidades e reencontros com os que amamos. Não perdemos nada com esses pequenos esforços... só ganhamos! Nos livramos de fantasias que nos paralisavam! 

(José Henrique P. e Silva)

terça-feira, 24 de junho de 2014

Quando dois não conseguem ser "um!


- O grande conselho que ela dava era o de nunca se deixar consumir pelo amor romântico. Para ela, as amizades e o seu trabalho foram o que sempre lhe trouxeram maior felicidade;
- Concordo plenamente. É isso que fode a gente não é? Essa ideia de alma gêmea, alguém que vem nos completar e nos salvar de ter que cuidar de nós mesmos;
- Cada um, afinal, deve cuidar um pouco de si mesmo, com algum espaço no meio, para os dois;

(Adaptado do filme "Antes da Meia Noite").

Pois é, quem amamos é a nossa "alma gêmea"? Confesso que não curto muito esse conceito. "Alma gêmea" é mais a expressão de um desejo que temos de que o outro nos complete totalmente em nossas necessidades e faltas. Na prática, as coisas parecem não funcionar tão assim e cada um de nós tem de estar mesmo preparado para cuidar um pouco de si, independente de quem ama. Precisamos do outro sim, mas não podemos construir a fantasia de uma completude que nos anula. Não é fácil, e acabamos deixando que a fantasia da "alma gêmea" nos desvie a atenção de que um relacionamento exige muito esforço de construção. E aí acabamos pagando um preço muito alto com muitas decepções e angústias. Talvez essa seja uma daquelas questões "insolúveis", ou seja, sabemos que jamais seremos "um só", mas não abriremos mão desta fantasia. Mas, não é este o papel da "fantasia"? Nos oferecer um pouco de consolo diante da "realidade"!!! Talvez por isso, para cada um que anuncia o fim do "amor romântico", um outro casal apaixonado surge!!! Só chamo a atenção para a última frase do diálogo acima, pois o "amor" deve ocupar justamente aquele espaço no "meio", deixando um pouco de si para cada um!!!

terça-feira, 17 de junho de 2014

A "errância" psicótica

Lidar com situações psicóticas nunca é tão simples, especialmente pela chamada "errância psicótica", um de seus traços marcantes. Um tipo de comportamento que defino como o de alguém que está "trancado pelo lado de fora", ou seja, apesar de estar do lado de fora e possuir a liberdade ele não tem nenhuma "direção". Seu caminhar seria como um daqueles jogos de "liga pontos" que, entretanto, não forma imagem alguma. Também não se trata de uma experimentação da liberdade (como aquela vontade de simplesmente sair por aí sem rumo), pois não há liberdade a ser experimentada por mais que ele tenha o mundo inteiro para andar. Ele está na situação de vítima de um delírio que não lhe permite ancorar em porto algum. Um razoável exemplo desta situação "errante" está no filme "Na Natureza Selvagem" (Into the Wild), cuja busca do personagem por chegar ao Alasca, e alcançar sua maior integração com a natureza, era só um motivo para não chegar a lugar algum. É um belo filme, e a trilha sonora de Eddie Vedder é um show a parte.