Mostrando postagens com marcador Depressão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Depressão. Mostrar todas as postagens

domingo, 27 de julho de 2014

O tão difícil amadurecimento!

"...Por ser mais ansiosa que as outras ou porque não conseguiu ter um apego suficientemente seguro para poder retirar dele a autoconfiança necessária, a criança as vezes tem dificuldade de transpor as etapas da conquista da autonomia (...) busca então prolongar uma "colagem" arcaica, mostrando uma tendência à regressão que traduz sua dificuldade - recusa até - de crescer..." (Marcel Rufo, psicanalista francês - "Me larga! Separar-se para crescer").
Esta citação do Rufo traz um tema de vital importância pois diz respeito àquela necessária autoconfiança que a criança adquire no afeto recebido e que é decisiva para sua integridade emocional. Caso este processo apresente falhas substanciais o adolescente ou adulto poderá apresentar tendências à regressão no sentido de buscar sempre esse afeto não recebido. Na sua depressão, por exemplo, estará sempre em busca daquela satisfação que um dia perdeu e não soube mais viver sem...estamos falando de maturidade, de crescimento emocional, de algo que exige uma constituição psíquica minimamente saudável, do contrário, seremos sempre como crianças em busca do aconchego de um colo materno...metaforicamente é claro...mas as vezes bem real!!!

(José Henrique P. e Silva)

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Aceleração e Depressão!


Essa questão levantada pela Maria Rita Kehl é interessante e pode ser aplicada a várias situações: Numa época que vende-se como nunca a felicidade e somos cada vez mais depressivos; fala-se tanto em ética e a corrupção alcança proporções inimagináveis; defende-se a paz e a violência extremada se banaliza em todos os cantos; difunde-se a vida saudável e a obesidade e outras doenças se tornam avassaladoras... Enfim, como entender isto? Pra que lado devemos olhar para entender o que está acontecendo, para a publicidade que nos vende a felicidade, ou para nosso mundo psíquico e nos depararmos com nossos limites? Não à toa essa sensação de vazio e inadequação que tantas pessoas sentem hoje em dia!!!

domingo, 22 de junho de 2014

A depressão e a queixa contra o outro!

É claro que na depressão estamos sempre nos queixando de nós mesmos, numa eterna auto-depreciação, perdidos numa vida sem vigor algum. Mas, o que está quase sempre oculto aí é uma "raiva" em relação a um "outro", a algo que "perdemos", a algo que julgamos merecer e não recebemos. A depressão, então, é uma operação em que temos um ego ferido, incompleto, pouco amadurecido e vazio e, diante disso, transferimos para o outro a responsabilidade por nos tornar completos e preenchidos. Por isso idealizamos o outro, mas como ele não nos completa, desenvolvemos uma agressividade permanente, na mesma proporção que nos desvalorizamos. Quando depressivos sofremos, então, de uma "ferida narcísica". Não nos reconhecemos e passamos a exigir do outro uma recompensa. Não à toa quando nos encontramos em um estado depressivo causamos certa intolerância em quem está ao nosso redor, pois nosso nível de exigência e insatisfação é sempre muito alto!!!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Sobre o "entorpecimento" e o tempo cíclico

O "entorpecimento" é uma das características que o indivíduo assume em alguns estágios da depressividade ou num momento de tristeza mais acentuada. Implica num certo desligamento em relação à realidade, numa ida em direção a um lugar carente de relações com os outros e com os objetos. Um lugar onde estas relações perderam grande parte do interesse, e pouca libido é destinada para esse fim. Há uma quase "esterilidade", algo muito pouco útil do ponto de vista das relações sociais. 


Não é a "morte", mas uma "queda" em relação àquele tempo "linear" que hoje, por exemplo, na pós-modernidade, está bem claro na forte exigência de sermos felizes a todo instante. É esse tempo linear (onde somos permanentemente "felizes") que dá lugar a um tempo "cíclico" (onde a "tristeza" se faz presente com legitimidade), que implica uma ruptura, uma queda, uma depressividade. Não é a morte, nem é um abismo que nos suga, indefinidamente. É uma queda, normal e comum a todo ciclo que, pode se esgotar e revelar uma "transição", um "renascimento". 

Ficar triste, sentir-se sozinho, não encontrar paz mesmo no contato com outras pessoas queridas, parecem ser sentimentos que ganham relevância para muitas pessoas em determinados momentos. As vezes, só precisamos mesmo sair do tempo linear e não nos obrigarmos a fazer aquilo que não podemos. Talvez estejam exigindo que sejamos mais felizes do que podemos agora, nesse momento. Se percebermos isso e não nos obrigarmos a tudo poderemos enxergar que pode ser só um momento, uma transição, uma pequena queda. E aí, percebendo isto, podemos até continuar um pouco tristes, mas não abriremos mão de dar uma chance para o próximo dia amanhecer. Ele trará novas possibilidades! 

Este entorpecimento de que falo não é quele que permeia toda a "típica" depressão, com duração longa e profundidade acentuada, como no exemplo do que acometeu o personagem do álbum The Wall (Pink Floyd), onde o tema do "entorpecimento" percorre todas as músicas. Mas, insisto, não se trata de um diagnóstico fácil pois cada vez mais as depressões estão "sorrateiras" e as tristeza cada vez mais "profundas"...como se estivessem se "normalizando" e evitando as grandes "quedas"!!!


Foto: SOBRE O "ENTORPECIMENTO" E O TEMPO CÍCLICO

O "entorpecimento" é uma das características que o indivíduo assume em alguns estágios da depressividade. Mas, o que significa "entorpecimento"? De imediato, implica num certo desligamento em relação à realidade, numa ida em direção a um lugar carente de relações com os outros e com os objetos. Um lugar onde estas relações perderam grande parte do interesse, e pouca libido é destinada para esse fim. Há uma quase "esterilidade", algo muito pouco útil do ponto de vista das relações sociais. Não é a "morte", mas uma "queda" em relação àquele tempo "linear" que hoje, por exemplo, na pós-modernidade, está bem claro na forte exigência de sermos felizes a todo instante. É esse tempo linear que dá lugar a um tempo "cíclico", que implica uma ruptura, uma queda, uma depressividade. Mas, se não é a morte, também não é o "abismo", aquele que nos suga, indefinidamente. É uma queda, normal e comum a todo círculo, a todo ciclo que, ao se esgotar, revela uma permanente "transição", um permanente "renascimento". 

Ficar triste, sentir-se sozinho, não encontrar paz mesmo no contato com outras pessoas queridas, parecem ser sentimentos que ganham relevância para muitas pessoas em determinados momentos. As vezes, só precisamos mesmo sair do tempo linear e não nos obrigarmos a fazer aquilo que não podemos. Talvez estejam exigindo que sejamos mais felizes do que podemos agora, nesse momento. Se percebermos isso e não nos obrigarmos a tudo poderemos enxergar que pode ser só um momento, uma transição, uma pequena queda. E aí, percebendo isto, podemos até continuar um pouco tristes, mas não abriremos mão de dar uma chance para o próximo dia amanhecer. Ele trará novas possibilidades!!!

A imagem abaixo é uma referência direta ao álbum The Wall (Pink Floyd) onde o tema do "entorpecimento" percorre todas as músicas.

(José Henrique P. e Silva)

A depressão no masculino e no feminino

Não tenho dúvida que os homens estão buscando mais a terapia hoje em dia. Não no mesmo ritmo das mulheres, mas tem algo que me chama a atenção. Vez por outra ouço que "homem não se deprime". Como assim? Diz o senso comum que enquanto a mulher se deprime, chora e vai em busca de ajuda profissional, o homem se irrita e foge de qualquer ajuda profissional. Ok, concordo, mas são estratégias distintas de se lidar com o mesmo problema. O pano de fundo é a depressão. A questão é que os homens, na sua maioria, (e as "mulheres fálicas") ao invés do abatimento tradicional parte para a "irritabilidade", a "violência", para o "excesso de trabalho", para a "bebida", as "drogas" etc., como que sentindo-se impossibilitado de demonstrar fraqueza. isso, portanto, invalida a tese de que as mulheres são as que mais sofrem com a depressão, principalmente nos dias de hoje em que a masculinidade sofre abalos seríssimos em suas estruturas. Os homens estão só começando a lidar com suas fraquezas!!!

A inibição como principal sintoma da depressão!

Pode-se falar o que for da depressão, já sabemos que é mesmo um flagelo da época atual, a ponto de ser confundida com tristeza e com a melancolia. Mas, o fato é que tem algo na depressão que merece destaque: a "inibição". É seu sintoma-chave e pode ser vista como uma perda de interesse e de satisfação com a realidade. Trata-se de um forte abatimento que, segundo L. Hornstein, se expressa na temporalidade ("não tenho futuro"), na motivação ("não tenho forças") e na autoestima ("não tenho valor algum"). Daí advém a inibição, certa paralisia, certo recuo da libido (interesse, energia), certo domínio da pulsão de morte! É claro que em momentos de tristeza todos apelamos a inibições, mas não confundir, pois na depressão ela se torna praticamente constante, paralisante e causando perdas psíquicas, amorosas, profissionais etc.!!!

Depressão x Remédios

Antidepressivos existem às dezenas, e vendem bem, aliás, muito bem, e em determinados de crise intensa podem se mostrar eficazes em manter o indivíduo em um equilíbrio razoável. O que isto tem a ver com "cura"? Praticamente nada! A atuação do antidepressivo é bioquímica e sua função é "aliviar" momento de crise. Por isso imaginar a possibilidade de "cura" é só uma fantasia que desenvolvemos na busca de algo "milagroso" e "rápido" no tratamento, como se a depressão fosse algo "externo" a nós mesmos. Não é! 

A depressão resulta de alterações na autoestima que trazem à tona a história infantil e a realidade atual e as coloca em choque. Por isso que cada depressão é uma depressão específica, própria daquele indivíduo. É preciso, portanto, no tratamento, buscar a chamada "raiz do problema" na história do indivíduo e sua relação com a realidade. Pensar que antidepressivo "cura", enfatizo, é só uma fantasia nossa em busca de uma cura milagrosa. O tratamento é lento e exige muito esforço...infelizmente! Isso ajuda a entender porque tantas pessoas chegam às clínicas com o objetivo de "deixar de usar o antidepressivo" pelos seus efeitos colaterais. Mas, é evidente que este é o ponto de vista da psicanálise!!!

A depressão e seus sintomas


L. Hornstein nos faz uma boa síntese daqueles principais motivos que levam os pacientes "depressivos" em busca de auxílio profissional. De alguma forma todos nós possuímos sintomas destas ordens, o que vai caracterizar a depressão é uma combinação mais intensa de algumas destas manifestações que saem da "normalidade" e caem no "excesso". E isto é algo absolutamente individual. O sofrimento é de cada um, não permite comparações e generalizações.

1) Alterações em estados de ânimo e afetividade (tristeza, baixa autoestima, auto-reprovação, perda de prazer e interesse, vazio, apatia, ansiedade, tensão, irritabilidade, inibições diversas);

2) Alterações no pensamento (baixa concentração, indecisão, culpa, pessimismo, crise de ideais e valores, pensamentos suicidas);

3) Manifestações somáticas (insonia, hipersonia, aumento ou diminuição do apetite, diminuição ou aumento do desejo sexual, dores corporais - cefaleias, lombalgias, dores articulares, sintomas gastrointestinais, sintomas cardiovasculares);