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terça-feira, 24 de junho de 2014

Quando dois não conseguem ser "um!


- O grande conselho que ela dava era o de nunca se deixar consumir pelo amor romântico. Para ela, as amizades e o seu trabalho foram o que sempre lhe trouxeram maior felicidade;
- Concordo plenamente. É isso que fode a gente não é? Essa ideia de alma gêmea, alguém que vem nos completar e nos salvar de ter que cuidar de nós mesmos;
- Cada um, afinal, deve cuidar um pouco de si mesmo, com algum espaço no meio, para os dois;

(Adaptado do filme "Antes da Meia Noite").

Pois é, quem amamos é a nossa "alma gêmea"? Confesso que não curto muito esse conceito. "Alma gêmea" é mais a expressão de um desejo que temos de que o outro nos complete totalmente em nossas necessidades e faltas. Na prática, as coisas parecem não funcionar tão assim e cada um de nós tem de estar mesmo preparado para cuidar um pouco de si, independente de quem ama. Precisamos do outro sim, mas não podemos construir a fantasia de uma completude que nos anula. Não é fácil, e acabamos deixando que a fantasia da "alma gêmea" nos desvie a atenção de que um relacionamento exige muito esforço de construção. E aí acabamos pagando um preço muito alto com muitas decepções e angústias. Talvez essa seja uma daquelas questões "insolúveis", ou seja, sabemos que jamais seremos "um só", mas não abriremos mão desta fantasia. Mas, não é este o papel da "fantasia"? Nos oferecer um pouco de consolo diante da "realidade"!!! Talvez por isso, para cada um que anuncia o fim do "amor romântico", um outro casal apaixonado surge!!! Só chamo a atenção para a última frase do diálogo acima, pois o "amor" deve ocupar justamente aquele espaço no "meio", deixando um pouco de si para cada um!!!

Coisas de Casal!

No início tudo pode parecer bem simples e nada parece exigir tanto esforço assim. Muitas vezes, mesmo se considerando correto, um acaba cedendo ao outro, pede desculpas, assume um erro, ouve desaforos calado etc. Tudo em nome de uma suposta "paz" e de um "viver bem". No início, é bem verdade, isso parece não tomar muita energia, não suga muito, não exige demais, ninguém se importa tanto. Podemos até nos sentir melhores, mais generosos, mais fortes. Pode ser! Mas, se isso se torna recorrente, e vira um hábito ao longo do relacionamento, algo de muito complicado começa a se instalar na relação, que fica muito "desigual". Um se acostuma a não se movimentar para mudar, e outro se acostuma a ceder e pedir desculpas. Pronto! Está semeada a possibilidade de algo muito sério vir a acontecer abalando o relacionamento. O que se perdeu no meio de tudo isto foi a capacidade do DIÁLOGO. A capacidade da generosidade de ouvir, a capacidade de se respeitar, mesmo diante do erro do outro. No final, pode-se ter alguém que se pretenderá onipotente, e outro alguém que se colocará como servo. Nada bom! Pouco promissor!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Casamento e diálogo truncado!

É batata. Se houvesse uma casa de apostas para "diagnósticos" (sempre entre aspas tá) em clínicas de psicanálise, sempre que eu visse um casal se aproximando eu correria para apostar na "conversa truncada". Brincadeiras à parte, é isso mesmo o que acontece na maioria dos casos. Seja qual for o problema que esteja acontecendo com o casal, na maioria das vezes o pano de fundo é um diálogo truncado, uma quase falta de comunicação. Claro que a comunicação não se interrompe, mas fica muito limitada a posturas e gestos limitados, agressivos, irônicos, de depreciação etc. Ora, conversar implica em "ouvir" e "ser ouvido". E, para isso, é preciso "dar lugar ao outro", ser permeável, estar disponível. Algumas boas questões a serem investigadas são: Medo de desagradar ao outro? Receio de não ser aceito como é? Medo de brigar e lidar com os conflitos? Competição e disputar para saber quem tem razão? Não aceitação das diferenças individuais? Falta de habilidade, criatividade e interesse? Dificuldade para lidar com o carinho? Dificuldade para ser leve e ter bom humor? Etc., enfim, tem muita a ser investigada para se tentar restabelecer esse diálogo no casal!!!

O "perfeito" numa relação

As sessões de análise são verdadeiras "provocações" rs. Muito mais instigantes que qualquer teoria. Logo cedo me vem uma pergunta: "Por que todos os casamentos não podem ser perfeitos?". Aí penso: "mas existe algum casamento perfeito?" O problema numa colocação assim não está no "casamento", mas no "perfeito". Por que precisamos tanto ter a "certeza" de que algo está ou é "perfeito"? E o que é ser "perfeito"? Não há modelos a seguir. É claro que estar juntos a bastante tempo pode melhorar o relacionamento, mas a questão não é tanto o "tempo" mas a "qualidade", a forma de "funcionamento" da relação. relacionamento é "construção" permanente de algo que não sabemos bem onde vai parar, mas que todo dia temos uma "pista" desse caminho a seguir. É só ter boa vontade em lidar com os imprevistos e com as diferenças que vão surgindo. Então...não há casamento "perfeito" porque simplesmente não há nada "perfeito", mas existem coisas que nos deixam felizes...por uma vida inteira! Não basta?