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sábado, 2 de agosto de 2014

"Não sou neurótico...sou assim mesmo!"

Durante muito tempo a neurose foi retratada como no seguinte exemplo: uma pessoa absolutamente "normal" de súbito, em momentos de crise, era transtornada por impulsos ou atos inadequados que faziam irromper a neurose, com todos os seus sintomas. Assim, a pessoal "normal" era invadida pela "neurose".

Tudo isso é só um estereótipo mesmo e muitos filmes retrataram a neurose dessa forma. Mas, ao contrário disso, o que predomina, principalmente hoje em dia, é a quase inexistente fronteira entre a personalidade "normal" e o sintoma ("ato ou pensamento inadequado"). O que predomina mesmo é uma situação onde a "irrupção" praticamente não tem como acontecer, de tão fortemente "misturada" que se encontra à "personalidade". É nesse sentido que todos parecemos mais "neuróticos" e "normais" ao mesmo tempo! 

Não tenho dúvidas que isto dificulta em muito a própria pessoa perceber seu sofrimento cotidiano, pois este não "surge" mais como algo "diferente" que irrompe em determinados momentos de crise (a não ser em casos críticos mesmo). O sofrimento está ali, bem escondido, fazendo com que a pessoa praticamente não note nada de "estranho" em si. 

Talvez isso ajude a entender porque boa parte dos "neuróticos" está em busca de alternativas muito mais rápidas de tratamento (e existem às dezenas), ou válvulas de escape, que lhe garantam algum tipo de bem-estar, ainda que não duradouro. A beurose está deixando de ser algo "diferente" e está se misturando ao "normal"!!! 

(José Henrique P. e Silva)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Subejtividades que negam o sofrimento!

Interessante essa questão das "subjetividades pós-traumáticas" levantadas pelo C. Dunker no Café Filosofico (TV Cultura). São pessoas que, de alguma forma, mesmo sofrendo, negam qualquer tipo de sofrimento, não o conseguem expressar, parecem estar num estado de "normalidade" permanente. A associação que ele fez foi com os "zumbis"...Bem, não à toa vivemos uma "febre" de zumbis na literatura e no cinema...talvez expressem bem essa parcela da população que teima em não querer reconhecer seu aspecto psíquico. 

(José Henrique P. e Silva)

"Normalidade"!

Acho que o "normal" é algo como um estado em que nos permitimos ser humanos, simplesmente! Com nossas dores, sofrimentos, alegrias e felicidades! Se pensarmos que o "normal" é sinônimo de "felicidade" ou "vida saudável" podemos entrar num beco sem saída!!!


(José Henrique P. e Silva)

domingo, 27 de julho de 2014

Verdadeiro x Falso Self: A divisão que nos torna "normais" (Winnicott)

Foto: VERDADEIRO X FALSO SELF: A "DIVISÃO" QUE NOS TORNA "NORMAIS" (Winnicott)

Nesta palestra de 1964 Winnicott nos oferece uma rápida diferenciação entre o verdadeiro e o falso self. Trata-se de uma "divisão" que todos nós possuímos e que nos torna "doentes" e, ao mesmo tempo, "saudáveis" e "normais". Esta "divisão" é uma cisão na mente (que, em grau profundo, gera a esquizofrenia). Um exemplo bem simples: A sociedade nos exige, para nossa convivência pacífica, altos graus de concordância e adaptação. Por isso, aprendemos, desde cedo, a dizer "obrigado", por polidez, e não necessariamente porque queremos dizer. Ou seja, aceitamos as regras em boa parte para melhor convivermos e administrarmos a vida. A "regra" é sempre um preço a pagar pela "socialização". Este é um belo atalho para a neurose. 

São tais concessões que, por vezes, levam à construção de um falso self. É esse falso self que, por vezes, contrasta com o self verdadeiro, aquele que mantém nossos desejos, que é de nossa privacidade. Nessa luta, estamos todos, e a todo instante, envolvidos, adoecemos por vezes, mas isso é parte de nossa "normalidade"! A "civilização" tem um custo, e quem paga o preço é o nosso "desejo"...não é aí que está a raiz do "mal-estar"? Aparentemente irremediável por sinal. Estamos falando da natureza humana, daquilo que, talvez, seja a nossa maior característica: somos seres "divididos"!!!

(José Henrique P. e Silva)
Nesta palestra de 1964 Winnicott nos oferece uma rápida diferenciação entre o verdadeiro e o falso self. Trata-se de uma "divisão" que todos nós possuímos e que nos torna "doentes" e, ao mesmo tempo, "saudáveis" e "normais". Esta "divisão" é uma cisão na mente (que, em grau profundo, gera a esquizofrenia). Um exemplo bem simples: A sociedade nos exige, para nossa convivência pacífica, altos graus de concordância e adaptação. Por isso, aprendemos, desde cedo, a dizer "obrigado", por polidez, e não necessariamente porque queremos dizer. Ou seja, aceitamos as regras em boa parte para melhor convivermos e administrarmos a vida. A "regra" é sempre um preço a pagar pela "socialização". Este é um belo atalho para a neurose. 

São tais concessões que, por vezes, levam à construção de um falso self. É esse falso self que, por vezes, contrasta com o self verdadeiro, aquele que mantém nossos desejos, que é de nossa privacidade. Nessa luta, estamos todos, e a todo instante, envolvidos, adoecemos por vezes, mas isso é parte de nossa "normalidade"! A "civilização" tem um custo, e quem paga o preço é o nosso "desejo"...não é aí que está a raiz do "mal-estar"? Aparentemente irremediável por sinal. Estamos falando da natureza humana, daquilo que, talvez, seja a nossa maior característica: somos seres "divididos"!!!

(José Henrique P. e Silva)

O excesso que transborda!

Foto: A árvore que não dá frutos
É xingada de estéril
Quem examina o solo?

O galho que quebra
É xingado de pobre
Mas não havia neve sobre ele?

Do rio que tudo arrasta
Se diz que é violento
Ninguém diz violentas
As margens que o cerceiam

(Bertold Brecht)

Conheci este poema no livro "Os anjos também surtam" (prof. Ierece Barbosa) e achei lindo por escapar ao senso comum de ver naquilo que escapa à margem uma certa anormalidade. Talvez só exista aí uma urgente necessidade de transbordar algo que está em excesso...e o excesso também pode ser de amor!!!

(José Henrique P. e Silva)
A árvore que não dá frutos
É xingada de estéril
Quem examina o solo?

O galho que quebra
É xingado de pobre
Mas não havia neve sobre ele?

Do rio que tudo arrasta
Se diz que é violento
Ninguém diz violentas
As margens que o cerceiam

(Bertold Brecht)

Conheci este poema no livro "Os anjos também surtam" (prof. Ierece Barbosa) e achei lindo por escapar ao senso comum de ver naquilo que escapa à margem uma certa anormalidade. Talvez só exista aí uma urgente necessidade de transbordar algo que está em excesso...e o excesso também pode ser de amor!!!

(José Henrique P. e Silva)

sábado, 26 de julho de 2014

O jogo da seriedade que esconde a loucura!

"...O palhaço não sou eu, mas sim esta sociedade monstruosamente cínica e tão ingenuamente inconsciente que joga o jogo da seriedade para melhor esconder a loucura..." 

(Salvador Dali)


Opa...grande frase do mestre so surrealismo (Salvador Dali)...que tanto bebeu da fonte da psicanálise!!!