Mostrando postagens com marcador Paranóia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Paranóia. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 31 de julho de 2014

O trabalho de "liga pontos" do paranóico!


Outro dia um paciente em análise (com fortes traços persecutórios) me disse que sentia-se o tempo inteiro preenchendo aqueles jogos de "liga pontos" para tentar provar que estava certo na forma como via o mundo. Ok, é uma razoável metáfora. Mas, ele se surpreendeu mesmo em começar a perceber que não está seguindo os pontos livremente para formar uma imagem que desconhece. O que ele faz, na verdade, é simplesmente, de forma intencional, ligar pontos que dão contorno a uma imagem que já tem em sua mente. Seu trabalho é menos o de um detetive que segue pistas para descobrir (para si) uma verdade, e mais o de alguém que liga os pontos para provar (aos outros) o que ele já sabe que é verdade. É a "certeza" e a "convicção" que tão bem alimentam a persecutoriedade e que não deixam espaço para a "dúvida"!

(José Henrique P. e Silva)

domingo, 27 de julho de 2014

A "grandeza" da Paranóia

Foto
Um bom atalho para tornar-me um semi-deus seria a paranóia. Ela me dotaria de convicções inabaláveis, de uma certeza em ter a solução para tudo, e de uma capacidade tão grande de suportar a minha dor, que eu simplesmente me desligaria desse mundo, pois já teria um só para mim! Mas, não! Só quero ser gente...e só quero gente ao meu redor!!!

(José Henrique P. e Silva)

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A dúvida e o paranóico

Para quem lida diretamente no atendimento clínico sabe que é fundamental no tratamento da paranóia instalar-se a "dúvida" no indivíduo. Suas "certezas" são sempre inabaláveis a um ponto de não temer nada. Mas, se confrontado com a dúvida e ele imaginar que pode estar equivocado haverá uma boa chance de perceber que não está bem. Claro que esse confronto com a dúvida vai variar em função do grau da paranoia e pode ir desde um simples oferecimento de uma "visão alternativa" para ser trabalhada como uma "possibilidade" até um desafio mais arriscado onde o indivíduo pode, ou reforçar sua crença, ou temer estar errado. Nesse último caso será sempre um sinal positivo! É algo que precisa ser cuidadosamente acompanhado, pois o tratamento é lento, cansativo e arrastado...para os dois!!!