O "cuidar compulsivo" no tratamento a doentes terminais
Um estado patológico "interessante" é aquele que surge em algumas pessoas que, quando estão "cuidando" intensivamente de uma pessoa muito doente, praticamente, "desejam" a sua morte. Trata-se, evidentemente, de um desejo inconsciente. É diferente daquelas situações onde, de forma consciente, sabemos que o fim da pessoa está próximo e acabamos torcendo para que sua morte venha como um "alívio" para ela mesmo. Mas, nesses casos patológicos de que falei, o comportamento é diferente. Há relatos do tipo: "tenho muito medo que aconteça algo e ele(a) morra". E, com base nesse "medo obsessivo" a pessoa acaba desenvolvendo um "cuidar compulsivo". É aí que pode surgir a patologia mostrando que essa vontade excessiva de "cuidar" pode ser uma reação àquele "desejo oposto" de que a pessoa, enfim, morra. Mas, por que, então, "cuidar" tanto? O cuidar em excesso, nesses casos, viria como resposta ao sentimento inconsciente de culpa gerado pelo desejo de morte. "Estar perto" do doente é necessário para justamente evitar ideias obsessivas que podem revelar o desejo de fazer algum mal. Bem, mas isso é só uma hipótese, que pode ser aplicada em casos específicos que acontecem de vez em quando e que, como profissionais, precisamos estar atentos!!!
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