A Psicanálise foi construída, em grande parte, a partir das experiências de Freud com os seus próprios pacientes. Era ali, em seu consultório, em meio às sessões que teorias foram criadas, reforçadas ou abandonadas. Um exemplo está narrado no documentário "A Invenção da Psicanálise" (1997), trecho em que fica claro o "nascimento" do divã e da maior atenção à "palavra". O trecho é narrado, em parte, por E. Roudinesco:
“...Quando Freud abriu seu consultório particular tratava essencialmente mulheres da burguesia vienense sofrendo de neuroses: doença dos nervos, neurastenia, histeria. Foi em 1889 que uma paciente, Fanny Mozer, ordenou que Freud se afastasse dela e não se mexesse.
- Não fale comigo, não me toque. Escute-me, disse ela
- Abandonei a hipnose e mantive a posição deitada do paciente em uma cama atrás da qual eu ficava sentado, de modo a vê-la sem ser visto por ela, nos contou Freud tempos depois.
Ele inventou o divã. Se retirou (para outra posição) para que a palavra se tornasse o ato terapêutico EM SI. Não haveria mais nada. Nem magnetismo, nem hipnose ou olhares. Só a palavra.
(José Henrique P. e Silva)
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